Ecografia

A ecografia é um meio complementar de diagnóstico acessível, não invasivo, indolor e de baixo custo económico que permite a imagem de estruturas músculo-esqueléticas e neurológicas periféricas. Não apresenta contra-indicações ou efeitos adversos.
Como método complementar disponível durante acto da consulta, apresenta valor diagnóstico e capacidade prognóstica, permitindo a exploração em tempo real, a inclusão do estudo dinâmico e a correlação com a clínica. A abordagem dinâmica pretende desencadear a dor ou o sintoma que o doente descreve, através da realização de testes provocatórios que envolvem movimento. Os resultados e a monitorização posterior do tratamento são avaliados e quantificados com esta abordagem, complementar ao exame clínico.
Este método tem ainda um valor terapêutico ao optimizar múltiplas intervenções que beneficiam com a visualização da estrutura alvo pelo aumento da precisão do tratamento, diminuição da dor e minimização dos efeitos adversos. São algumas das intervenções que em Fisiatria beneficiam com a aplicação simultânea deste método complementar:
- as injecções e as infiltrações de agentes terapêuticos;
- punção aspirativa de fluido biológico;
- orientação da terapia por ondas de choque;
- fragmentação de calcificações e fenestração tendinosa.

Electrodiagnóstico

A Electrodiagnóstico é o campo da medicina que utiliza a tecnologia eléctrica para estudar a neurofisiologia do corpo humano. Várias testes poderão ser usadas neste campo da medicina, incluindo o Neurodiagnóstico (NDS), Electromiografia (EMG) e Potenciais Evocados (PE) - electroneurografia. Os testes PE e EMG são considerados os estudos primários e os que têm maior valor diagnóstico. Os sinais eléctricos são gerados no cérebro, passam através da espinhal medula e viajam até ao sistema nervoso periférico. Estes estímulos originam a libertação de acetilcolina, gerando uma descarga eléctrica no músculo e levando à sua contracção. O exame de Neurodiagnóstico suspende a componente central do estímulo, fornecendo uma carga eléctrica ao paciente; o equipamento mede os vários aspectos da resposta do organismo a esse sinal, permitindo verificar a existência ou não de lesão.
Em termos etimológicos, a palavra electromiogafia refere-se ao registo da actividade eléctrica gerada pelo músculo estriado. Na prática utiliza-se para designar genericamente as diferentes técnicas utilizadas no estudo funcional do sistema nervoso periférico (placa motora e do músculo esquelético); tanto em condições normais como em patológicas. O estudo electrodiagnóstico desempenha um papel fundamental no esclarecimento da patologia muscular. Compreende um grupo de testes que são geralmente complementares entre si e necessários para a definição de diagnósticos prováveis. Executados e interpretados correctamente, estes testes fornecem informação crítica na investigação da patologia neuromuscular subjacente, sendo uma ferramenta insubstituível na avaliação e monitorização da patologia neuromuscular. Trata-se de um exame exigente em termos de conhecimentos anatomofisiologicos e técnicos. Pressupõe uma vasta experiência prática para compreender os aspectos técnicos do estudo. Como na maioria dos procedimentos tecnológicos, o custo do equipamento e a necessidade de prática do especialista eleva o custo de execução deste meio complementar de diagnóstico. Os resultados dependem assim da prática do examinador que realiza o estudo e da precisão do equipamento utilizado. Nem todos os aparelhos utilizados apresentam a mesma fiabilidade no electrodiagnóstico.
A questão fulcral desta técnica consiste em provar se as informações colectadas alteram a forma como o paciente é tratado. O teste faz o tratamento mais eficaz? Em várias situações clínicas o seu valor tem-se demonstrado irrefutável, permitindo ao clínico a localização e grau da lesão; objectivar a etiologia e centrar o tratamento no problema anatómico existente. Devem contudo ser reconhecidas as suas limitações e dessa forma planear, executar e interpretar correctamente estudo efectuado. O electrodiagnóstico representa actualmente um procedimento sofisticado de teste multidimensional.
Estas diferentes técnicas deverão ser usadas em patologia neuromuscular, permitindo localizar, quantificar e esclarecer a natureza causal de diferentes tipos de lesão, tais como lesões das raízes (radiculopatias) e dos plexos (plexopatias); lesões do nervo periférico; patologia da junção neuromuscular; transtornos primários do músculo-esquelético (miopatias).