Calor

calor pode ser aplicado com objectivos terapêuticos. Existem formas de aplicação superficial sob a forma de calor húmido, parafina, parafango, hidrocinesiterapia e infra-vermelhos e existem também formas de aplicação de calor em profundidade, isto é, micro-ondas, ondas curtas e ultra-sons.
A faixa terapêutica em que é utilizado deverá situar-se entre os 38ºC e os 45ºC. Acima destes valores pode verificar-se inactivação enzimática e desnaturação proteica.
Os efeitos da aplicação de calor vão ser essencialmente tróficos. O calor aumenta o fluxo sanguíneo, a actividade celular (ex: aumenta a função enzimática), tem propriedades miorrelaxantes e, tal como o frio, também lhe são atribuídas características analgésicas. O calor é capaz de acelerar a velocidade de difusão e de filtração e aumentar a distensibilidade de tecidos ricos em colagéneo. Também é reconhecida a sua propriedade antimicrobiana e o calor transmite uma sensação de bem-estar que é valorizada pelos doentes.
Concluindo, o calor contribui para uma acção analgésica, miorrelaxante e é essencialmente um agente trófico

Frio/Crioterapia

O frio é utilizado há já muitos séculos com fins terapêuticos. Trata-se da aplicação segmentar ou local de frio que, através de mecanismos biofísicos, permite obter efeitos benéficos no organismo. Este frio pode ser encontrado, por exemplo, sob a forma de sacos ou cubos de gelo, toalhas geladas ou aerossóis. Os seus efeitos no organismo diferem de acordo com vários factores: método de aplicação; duração da aplicação; superfície corporal; espessura da gordura cutânea e qualidade/intensidade do frio utilizado.
Entre os efeitos conhecidos, verifica-se o fenómeno de vasoconstrição (diminuição do calibre dos vasos) que permite limitar os processos inflamatórios, uma vez que diminui a exsudação e a pressão compartimental. O frio, quando aplicado por um período de tempo mais prolongado (>15-20min), vai permitir efeitos contrários aos referidos, ou seja, vai provocar um aumento do fluxo vascular local com um consequente aumento da disponibilidade de mecanismos de defesa e uma maior remoção de produtos necróticos. Desta forma vai acelerar o processo de regeneração tecidular. É necessário ter presente a noção da acção do frio quando aplicado desta forma (por períodos prolongados), uma vez que causa vasodilatação (aumento do calibre dos vasos) (reacção designada por Lewis’s hunting reaction) e assim pode conduzir ao agravamento das síndromes inflamatórias.
Ao frio também é atribuída a propriedade de analgesia, quer através da sua acção directa nas terminações nervosas, da sua influência na diminuição da libertação de agentes inflamatórios, na diminuição da contractura ou na diminuição da pressão compartimental.
A forma como o frio é aplicado faz com que a acção sobre os músculos seja diferente, isto é, ao ser aplicado de forma dinâmica (i.e. massagens rápidas durante segundos com gelo) vai permitir aumentar as capacidades motoras, melhorar a circulação e por isso normalizar a actividade muscular. É o exemplo da sua aplicação nos casos de paralisia facial periférica. Por outro lado, quando aplicado de forma estática (ex.: aplicação de sacos de gelo por alguns minutos) vai permitir uma diminuição do tónus muscular e dessa forma facilitar a actuação posterior de outras técnicas de fisioterapia.

Reabilitação Respiratória

É uma intervenção abrangente multidisciplinar baseada na avaliação cuidada do doente e na realização de tratamentos individualizados em doentes com patologia respiratória obstructiva (ex: Doença Pulmonar Obstructiva Crónica -DPOC, enfisema) ou restritiva. (ex: doenças neuromusculares como a Esclerose Lateral Amiotrófica e a Esclerose Múltipla, fibrose pulmonar, cifoescoliose).
O doente é um elemento activo na elaboração do Programa de Reabilitação Respiratória (PRR) que é elaborado atendendo também ao estadio da doença, à condição sócio-familiar, expectativas e necessidades do doente. O PRR tem uma duração de 6 a 12 semanas. É baseada na evidência da melhoria da dispneia (falta de ar), aumento da tolerância ao esforço, da participação social e da qualidade de vida. Inclui mas não se limita ao treino de exercício, à educação para a saúde e à modificação de comportamentos.
O tratamento inclui estratégias que permitem melhorar a condição física e psicológica, alterar os factores de risco e o estilo de vida promovendo comportamentos que contribuem também para modificar a evolução natural da doença.

 

Reabilitação Cardíaca

A Reabilitação Cardíaca é reconhecida, pela American Heart Association e American College of Cardiology, como recomendação Classe I no tratamento/prevenção secundária dos doentes com doença coronária e insuficiência cardíaca crónica.
Compreende uma abordagem integral, multidisciplinar e multiprofissional, na redução global dos riscos cardiovasculares, através de intervenções higiénico-dietéticas, como a fomentação de hábitos de vida saudáveis e o aconselhamento nutricional, de intervenções psicossociais, da prescrição medicamentosa, e da prática regular de exercício físico.
O treino de exercício físico, aeróbio e de endurance, é um componente essencial. A prática regular de exercício físico, nomeadamente aeróbio, promove adaptações fisiológicas a nível cardíaco, músculo - esquelético e vascular, que se traduzem na redução do perfil de risco cardiovascular e na melhoria da performance e tolerância ao esforço. Correlacionado com a intensidade, o exercício também melhora a sensibilidade à insulina e ajuda na perda e controlo do peso corporal.